Escolas municipais apresentam ações do projeto Escola Antirracista à comunidade

• Atualizado há 2 anos ago

Com o objetivo de potencializar o enfrentamento ao racismo dentro das escolas municipais, a Coordenadoria de Educação para as Relações Étnico-raciais (Coderer), ligada à Secretária Municipal de Educação, colocou em prática, em abril deste ano, o projeto piloto  “Escolas Antirracistas”  em oito unidades escolares da rede municipal, uma em cada distrito da cidade. Nesta semana, o projeto entrou na fase de culminância, envolvendo alunos, comunidade escolar e as famílias dos estudantes.

O projeto desenvolve atividades de acompanhamento e assessoramento às escolas, desde a elaboração de Plano de Ação para ser desenvolvido no decorrer do ano letivo e discutirem o racismo dentro da comunidade escolar. Essas  estratégias são pensadas diferentemente para cada unidade de ensino, levando em consideração a realidade e o contexto que estão inseridas.

Ações e programação

“Tem escola que faz gincanas, outras preferem contação de história e têm as que realizam pesquisas, mas todas abordam o mesmo tema, que é o combate ao racismo. O projeto “Escolas Antirracistas”, está dando certo, atingindo o objetivo de combater o racismo dentro das escolas municipais de ensino. Nas oito escolas piloto tem avançado muito o debate antirracista. O momento agora é trabalhar para o projeto chegar em todas as unidades da rede”, explica a coordenadora da Coderer,  Sinara Dias.

Culminância – Nesta fase de culminância, as escolas estão realizando programações envolvendo pais, alunos e profissionais de educação, mostrando as ações que foram desenvolvidos durante o ano nas salas de aula.
 
A Escola Municipal de Educação Infantil Iza Cunha, que representa o Distrito da Sacramenta (Dasac) no projeto, fez a sua programação na quadra de esporte da Escola Municipal Comandante Klautau, realizando apresentações das três turmas de maternal.

A turma do Maternal I usou a dança, baseada no livro “Meu crespo é de rainha” da autora  Bell Hooks,  para combater o bullying contra as pessoas que têm o cabelo crespo.

Já a turma do Maternal II integral fez a dramatização do livro “Cada um com seu jeito, cada jeito é de cada um!” da escritora Lucimar Rosa Dias, que conta a história da Luanda, uma menina negra de 4 anos,  que adora a cor da sua pele e dos seus cabelos cacheados e é muito feliz com a família que tem. Através dessa história as professoras trabalharam o respeito pelas diferença de cada pessoa.

Para finalizar a programação, a turma de Maternal II parcial, apresentou uma encenação sobre intolerância religiosa, baseada no livro “Nossa querida Bia”, uma publicação da Defensoria Pública e da Universidade da Bahia, que trata sobre vários tipos de racismo, inclusive a intolerância religiosa, abordada pela turma.

Ações para famílias dos estudantes

Intercalando as apresentações dos alunos, foram realizadas palestras sobre intolerância religiosa e preconceito estrutural, focando nos pais dos estudantes que compareceram no evento.

“A gente achou melhor trabalhar as diferenças usando a personagem Luanda do livro “Cada um com seu jeito, cada jeito de cada um”, mostrando na sala de aula, que cada aluno possui características próprias que devem ser respeitadas. Dessa maneira, eles aprendem sobre a relação do respeito, amizade e do carinho entre eles”, explica a professora do Maternal II integral da Escola Municipal Iza Cunha, Cíntia Cristo.

Nesta sexta, 22, a programação de culminância do projeto “Escola Antirracista” continua no anexo Santo Antônio na ilha do Combu e pela tarde no Liceu Escola do Paracuri Mestre Raimundo Cardoso, em Icoaraci.

Texto:

Luis Miranda

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