Currículo e plano de aula são temas de encontro do projeto Esperançar da Prefeitura de Belém

• Atualizado há 2 anos ago

Com o objetivo de construir uma educação pública socialmente referenciada em Paulo Freire, patrono da educação brasileira, a Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semec), desde fevereiro realiza diversos encontros do projeto Esperançar, em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA) e mais dez outras universidades do Brasil.

Nesta quinta-feira, 24, 500 educadores puderam debater o tema: “Orientação para construção do currículo: planejamento de aula, com o Prof. Dr. Antônio Gouvêa, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR)”, no auditório Benedito Nunes, campus universitário da UFPA, no bairro do Guamá. 

O professor defende uma construção curricular interdisciplinar na perspectiva ético-crítica, em que, diante das dificuldades pedagógicas do cotidiano, é preciso fazer uma pesquisa qualitativa com a comunidade e estudantes para selecionar as situações-limite, problematizar conteúdos contextualizados cientificamente, sistematizar ações interdisciplinares e construir práticas pedagógicas dialógicas na realidade concreta.

As escolas municipais João Nelson Ribeiro, do bairro do Telégrafo; Ruy da Silveira Brito, no Marco; e Francisco da Silva Nunes, em São Brás, relataram as experiências iniciadas em cada unidade escolar. 

Desafio – A professora de Geografia, Ângela Amaral Ribeiro, da Escola Municipal João Nelson Ribeiro, compartilhou sua experiência. ” O projeto Esperançar é um desafio. Mas conseguimos dialogar com o tema gerador: ‘Infraestrutura, currículo e relações interpessoais’. Já conseguimos avançar e fortalecer o diálogo com o coletivo escolar”, afirmou a educadora, citando projetos como Família na escola, Territórios conectados e Oficinas de música, que se destacam e ajudam no processo de gerar unidade na escola. 

Cada unidade teve a oportunidade de debater a prática curricular e inserção concreta na escola, numa dinâmica de grupo, a partir do texto base: “Ensinar exige reconhecer que a educação é ideológica”, de Antônio Gouvêa. Nele é apresentado um planejamento curricular com exemplos de aplicação em cada área de conhecimento realizado em Criciúma, em 2003, junto com estudantes e comunidade escolar.

Educação no Campo

Belém tem oito distritos administrativos e cada um tem suas especificidades. O coordenador da Educação do Campo, das águas e das florestas (Coecaf), Jenijunio dos Santos, destaca que “o método de investigação temática vai ao encontro dos princípios da educação do campo com o compromisso real com o sujeito, suas lutas e identidades, fortalecendo o conteúdo historicamente constituídos pela humanidade”.

O curso se divide em tempo Escola-Comunidade. A pedagoga  Larissa Costa da escola Pedro Demo, em Outeiro, conta que “com o projeto Esperançar está sendo possível reavaliar as metodologias em sala de aula e fazer com que o educando seja um ser crítico da sociedade de assuntos de extrema importância para o conhecimento deles dia a dia. Cada aluno tem uma bagagem cultural e o professor precisa entender e trocar saberes, construir uma aula com metodologia diferenciada”.

Nesta sexta-feira, 25, o secretário de Controle, Integridade, Transparência (Secont), Luiz Araújo, vai dialogar com os educadores as políticas públicas nos territórios, reforçando o papel da escola em contribuir, para mapear as potências da cidade e, assim, revolucionar o modelo de educação escolar do município de Belém.

Texto:

Tábita Oliveira

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